28 DE ABRIL: O DIA PARA PARAR O BRASIL!

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Boa parte da nossa juventude não foi marcada por grandes mobilizações populares. Crescemos em um período neoliberal, em que predominava a narrativa do fim da história, de forte criminalização da luta coletiva e de rua. Ser de esquerda ou ter ideias progressistas fazia de nós seres quase estranhos. Os exemplos que tínhamos pertenciam ao passado e os que se mantinham eram fortemente criminalizados. O maior exemplo disso é o MST, bombardeado pela mídia, pelo Judiciário e com a violência e truculência do governo FHC.

Para muitos de nós, inclusive aqueles e aquelas que não viveram a década de 90, as mobilizações de junho de 2013 foram a primeira experiência de mobilização de massa, com milhares de pessoas nas ruas reivindicando direitos, inclusive o direito de ocupar as ruas para reivindicar e participar das decisões políticas do país. Isso marcou a juventude e até hoje é algo que nos estimula a resistir, protestar, ocupar!

As elites brasileiras rapidamente entenderam o significado e a força daquele processo e mudou. Desde lá, passou a não mais negar a rua, mas tentar se apropriar desse espaço e o conteúdo das mobilizações.

O resultado disso é que o imaginário coletivo daqueles dias passou a ser disputado. De um lado, pelas as elites brasileiras que insistiam em traduzir junho de 2013 como mobilizações contra corrupção e, consequentemente, contra o PT e o então governo Dilma, como se a corrupção fosse inaugurada a partir desses governos. E de outro, nós que estivemos nas ruas naqueles dias, por ampliação e aperfeiçoamento dos serviços públicos, de saúde, de educação, de transporte, por mais mobilidade urbana e, principalmente, pelo direito de participar das decisões políticas do país, com a compreensão, estampada em diversos cartazes pelo Brasil inteiro (cada vez mais evidente agora), que esse sistema político não garante a efetiva representação do povo brasileiro.

Essa disputa foi travada em muitas batalhas e teve como ápice o golpe parlamentar em 2016, com o impechament da Dilma. Hoje o golpe continua todos os dias, tentando retirar cada vez mais nossos direitos.

Uma derrota que ao mesmo tempo em que traz sérias e graves consequências para juventude e o povo brasileiro, desmonta a farsa que foi montada desde 2013. O golpe nunca foi contra corrupção e isso vai ficando cada vez evidente na medida em que se avolumam as denúncias de corrupção envolvendo membros do governo ilegítimo de Michel Temer e contra ele próprio. Com os ataques, um após outro, aos direitos duramente conquistados em décadas e que estão sob ameaça de desaparecer em meses, até em dias, se depender da sanha do governo e das forças econômicas e políticas que lhe dão sustentação.

O que está em jogo, então, é o desmonte completo dos direitos sociais com o teto dos gastos públicos, que significa, na prática, o fim e/ou a precarização dos serviços públicos, como saúde, educação, saneamento básico. A venda de nossas riquezas e da soberania brasileira para grandes empresas estrangeiras, como esta acontecendo com a Petrobras, portos e aeroportos. O fim dos direitos trabalhistas, com autorização da terceirização sem limites, do negociado entre patrão e empregado prevalecer sobre o legislado ( que era único instrumento do trabalhador para não ficar completamente vulnerável ao patrão). E ainda a exigência de estender o trabalho até o fim da vida para ter direito a uma aposentadoria digna.

Nossa geração nos últimos anos pôde experimentar acesso à educação superior, ao trabalho com carteira assinada, casa própria tem o futuro colocado em risco. Mesmo os que não chegaram a ter alguns desses direitos, podem nunca ver isso se concretizar! São reformas cujas consequências não estão circunscritas ao mandato do ilegítimo Michel Temer. Os seus efeitos durarão décadas e provocam uma mudança na configuração do Estado brasileiro, aprofundando a dominação de classe, a exploração.

Dia 28 de abril é o dia de PARAR o Brasil! Em qualquer lugar que a gente estiver, deve ser um foco de resistência. Temos que tornar o dia 28 um dia que fuja à normalidade. Tem que haver paralisação do mercadinho do bairro às grandes corporações, de ruas e avenidas, de escolas e universidades.

Temos que parar a produção, comércio, os transportes, estradas para que a gente demonstre que essas medidas não podem ser aprovadas a revelia da maioria da população brasileira, daqueles e daquelas que realmente serão afetados e por um Congresso desmoralizado, refém do poder econômico.

Precisamos furar o bloqueio da mídia, e fazer com que essas informações sobre os impactos dessas reformas cheguem ao maior número de pessoas que a gente puder.

Todos estão convocados a participar e fazer desse dia um marco na resistência popular ao golpe com chances reais de impor uma derrota importante aos nossos inimigos.

Por nosso futuro, Greve Geral!
Nossa rebeldia é o povo no poder!