Enfrentar a direita e construir a Constiuinte

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Papo Reto

Temos dito que estamos vivendo uma ofensiva conservadora. Nossos inimigos estão vindo com tudo pra cima de nós, por meio de suas velhas armas, como  a grande mídia e a ampla maioria no sistema político e, agora, também ocupando o nosso espaço de luta, as ruas. Com milhões de brasileiros nas ruas, majoritariamente da classe média  e eleitores de Áecio Neves, trouxeram a pauta do ‘Fora Dilma’ e suas faixas e cartazes apontaram como fazer Impechamnt da presidente ou Golpe Militar. Não tiveram sucesso, mas a força social da direita nas ruas é exitosa pelo fato de conseguir fortalecer a agenda conservadora no Congresso Nacional.

A Câmara dos Deputados vota a PEC 171/93, que propõe a Redução da Maioridade Penal de 18 anos para 16 anos, em sessão extradionária com pauta única. Essa é uma resposta conservadora, pois é uma medida ineficaz para o problema da  violência. As pesquisas demonstram que os 54 países que reduziram a maioridade penal não  registraram redução da violência.  Na real, é uma forma de aprofundar a criminalização da pobreza, pois sabemos para quem serve o sistema prisional no Brasil. Vão punir o jovem branco de classe média que trafica na sua escola particular ou o menino de 17 anos que abusa sexualmente das mulheres nas festas da faculdade? Vai servir é para prender os pobres, negros, a juventude da periferia. Já vivenciamos isso, quando um grupo de jovens está andando em grupo na quebrada e a polícia chega batendo, mandando pro paredão, apontando arma,  ou mesmo matando e contribuindo para um problema que a maioria dos políticos não toca: o extermínio da juventude negra.

Enfrentaremos a direita, debatendo com o povo quais as causas e os responsáveis pelo aumento da  violência e o porque da pressa do Congreso Nacional em aprovar essa pauta, ao invés das pautas que realmente combatam a violência urbana, e que historicamente levantamos e não são ouvidas pelo sistema político, como mais investimento para educação pública,  lazer, cultura e politicas públicas que criem oportunidades para a juventude. Isto é, as pautas que interessam ao povo rumo a construção do nosso projeto de sociedade, o Projeto Popular para o Brasil, não são votadas com urgência. É hora de fortalecermos ainda mais o trabalho de base e por meio das nossas ações, lutas, atos, agitações e propaganda que vamos fazer a disputa das ideias e mostrar como age a direita no atual sistema político. Denunciar a falta de resposta e de projeto político capaz de resolver os reais problemas da juventude e do povo.

Essa semana faz 51 anos do Golpe Militar. Na mesma semana em que o Congresso mais conservador desde 1964, vota a Redução da Maioridade Penal, em uma conjuntura em que alguns setores vão para a rua defender a intervenção militar. A nós cabe continuar debatendo com a juventude sobre os responsáveis pelo Golpe e seu regime,  que não permitiu as ‘As Reformas de Base’, que matou, torturou e interrompeu um processo democrático, nos deixando como legado as atuais instituições corruptas, a Polícia Militar e os atuais políticos que hoje defendem as ideias conservadoras, nas ruas e no parlamento, que resistem a mudança do sistema político por meio de um processo participativo. Continuaremos fazendo juz ao nosso lema ‘Ousar lutar, organizando a juventude do Projeto Popular’, nos locais de atuação em que estamos, para construir a força real e enfrentar o cerco conservador com a proposta de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema político. A hora é de avançar, Constiuinte Já.

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