Saiba por que a juventude voltará às ruas no dia 19 de junho pelo Fora Bolsonaro

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Não fazer pressão contra governo Bolsonaro pode significar mais tempo vivendo essa pandemia, sem vacina, sem comida, sem emprego e sem perspectiva de vida - Larissa Noé / Comunicação Levante Popular da Juventude

A juventude se levanta para construir os rumos do país com as próprias mãos

As manifestações de rua que ocorreram no país inteiro no dia 29 de maio tiveram uma presença majoritária de jovens, que não suportavam mais assistir a tantos retrocessos e a gestão irresponsável da pandemia pelo governo Bolsonaro.

Diante disso, extravasaram sua indignação nas ruas reivindicando vacina, auxílio emergencial de R$ 600, em defesa da educação e pelo impeachment de Bolsonaro.

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Vale lembrar que a primeira mobilização de massas contra esse governo também foi protagonizada pela juventude, em maio de 2019 contra os cortes na educação, nas lutas que ficaram conhecidas como “tsunami da educação”.

E dessa vez não foi diferente, afinal, a juventude tem sofrido drasticamente os impactos da política do governo genocida de Bolsonaro.

A pandemia do covid-19 produziu um impacto profundo na vida da juventude, ainda difícil de mensurar exatamente, mas sem dúvidas um impacto extremamente negativo.

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Do ponto de vista da educação, as aulas remotas sem a preparação e tecnologias necessárias ocasionaram uma enorme evasão, dificuldade de aprendizagem para muitos jovens e muitos problemas no que diz respeito à saúde mental.

E para piorar, o governo apresenta cortes na educação que ameaçam o fechamento de universidades públicas. Além disso, a ausência de um auxílio emergencial digno levou muitos jovens a ocuparem os trabalhos mais precarizados e a exposição diária ao vírus.

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A taxa elevadíssima de desemprego já atinge mais de 14 milhões de brasileiros e brasileiras, e afeta principalmente a juventude.

De acordo com estudo da FGV Social, a taxa de desocupação na faixa dos 15 aos 29 anos subiu de 49,37% em 2019 para 56,34% em 2020. Também subiu com a pandemia o número de jovens que não estudam nem trabalham, chegando a mais de 25% no final de 2020. E esses dados são proporcionalmente maiores para mulheres e pessoas negras.

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Outro dado relevante é o aumento do desemprego entre os trabalhadores com ensino superior que saltou de 2,5 para 3,5 milhões, um aumento de 43%.

Esses dados revelam que as perspectivas de vida para a juventude pioraram muito no governo Bolsonaro, considerando que a nossa geração acessou políticas públicas que ampliaram o acesso à educação em todos os níveis, e que fomos a geração que teve a oportunidade de acessar a pós-graduação com bolsas, com o sonho de ascender socialmente através de uma maior qualificação.

Todos esses sonhos são jogados na lama no governo Bolsonaro: sem bolsas, sem concursos e sem emprego, mesmo para os jovens com qualificação.

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Somado a isso, a juventude da periferia que está exposta ao vírus porque não tem direito ao isolamento social, que também está exposta à fome porque está desempregada e sem um auxílio emergencial digno, é a mesma juventude que está exposta à bala racista que matou 29 pessoas numa das maiores chacinas do Rio de Janeiro.

Foram 29 George Floyds assassinados numa tacada só. É uma violência absurda contra a juventude negra e pobre. É um completo descaso com a vida da população negra. É impossível controlar a revolta e a indignação!

Para completar o quadro alarmante da situação da juventude brasileira, temos assistido o desenvolvimento da CPI da Covid que nos permite constatar o óbvio, que a situação em que nos encontramos é fruto de uma decisão política do governo.

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Não temos vacina por opção do governo genocida, e por esse motivo estamos chegando na marca de meio milhão de brasileiros e brasileiras mortas pela pandemia, por culpa do governo.

E com a nova variante do vírus houve um crescimento da morte dos jovens e ao mesmo tempo a juventude não tem prioridade na vacinação, e pelo ritmo lento deve demorar muitos meses ainda para ser vacinada.

São muitos os motivos que a juventude teve para ocupar as ruas no meio de uma pandemia, com os devidos cuidados sanitários. Ficar em casa e se proteger do vírus não é uma opção para a maioria da juventude trabalhadora.

Ficar em casa e não fazer pressão contra esse governo pode significar mais tempo vivendo essa pandemia, sem vacina, sem comida, sem emprego e sem perspectiva de vida.

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Ocupar as ruas foi a forma que a juventude encontrou de construir uma saída coletiva para um problema gravíssimo que não será resolvido com saídas individuais, que infelizmente não correspondem à realidade de todos.

A juventude tem sido o motor que impulsiona o desgaste desse governo fascista e genocida, é fundamental diante dessa constatação compreender o nosso papel de ampliar e popularizar as mobilizações com objetivo de isolar, desgastar e derrotar o governo Bolsonaro.

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Por isso, cabe à juventude organizada dar vazão a essa indignação, apresentar a organização coletiva como saída para enfrentar esse momento difícil e manter acesa a chama da luta em todas as suas formas.

Vamos manter as ações simbólicas, as ações nas redes, como formas de luta que evitam aglomerações. Mas vamos também organizar quando for necessário a luta na rua como fizemos no 29M, com o máximo de cuidados sanitários.

Essa foi uma grande diferença da nossa mobilização para os atos bolsonaristas, todos com máscaras, álcool em gel e distanciamento.

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Por fim, convocamos a juventude a se somar no #19J com criatividade e ousadia para lutar pela vacinação para todos, auxílio emergencial de 600, em defesa da educação e para derrotar o governo Bolsonaro! A juventude se levanta para construir os rumos do país com as próprias mãos! A juventude no Brasil é fogo no pavio! Fora Bolsonaro!

Edição: Vivian Virissimo

Via Brasil de Fato

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