A luta por memória, verdade e justiça: 50 anos sem Honestino Guimarães e o 59º Congresso da UNE

  • Autor do post:Sofia Isbelo
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“Conheci o Honestino”: Levante Popular da Juventude e outros movimentos recepcionam os estudantes com mística rememorando a vida e a luta Honestino Guimarães na abertura do 59º CONUNE. Foto: Matheus Alves. Foto: Emilly Firmino

A abertura do 59º Congresso Nacional de Estudantes da União Nacional dos Estudantes aconteceu hoje (12) e homenageou Honestino Guimarães, militante do movimento estudantil que já ocupou o cargo de presidência da UNE e que desapareceu em 1973, durante a ditadura militar, há cinquenta anos atrás; Honestino só teve seu óbito reconhecido enquanto decorrente de torturas e violências em 2013, com a instauração da Comissão Nacional da Verdade.

Trazendo convidados como Flávio Dino, ministro da Justiça e Gleisi Hoffmann, presidenta do Partido dos Trabalhadores, os atos que marcaram a noite em Brasília convocam o Governo Federal a continuar a luta por justiça para todos os nossos que já tombaram. Para nós, do Levante Popular da Juventude, essa é uma abertura muito cara: nosso movimento se nacionalizou a partir dos escrachos realizados aos torturadores da ditadura militar, que até hoje estão impunes aos crimes cometidos durante tal regime autoritário, colocando o dedo em uma ferida em nossa democracia que segue aberta.

Abertura do primeiro dia traz diversos estudantes de todo o país com muita animação e garra. Foto: Emilly Firmino

Somos fileiras de brasileiros e brasileiras que são Honestinos e Heleniras, que queremos que estudar seja acessível para todos os jovens como garantia da nossa democracia; que nos organizamos dentro do movimento estudantil para lutar e conquistar os nossos direitos e os dos que vem depois de nós, como esses estudantes que foram injustamente assassinados nos ensinam a fazer; que continuamos a luta por reparação e um Brasil livre do ódio.

É por acreditar que a luta por verdade, memória e justiça segue necessária e que a crescente fascista e autoritária em nosso país é decorrente da falta de punição real para os sujeitos que construíram um governo que matou seu próprio povo, que hoje não apenas saudamos como contribuímos ativamente para que esse debate siga vivo dentro e fora desta entidade pulsante que é a UNE; entendendo que são as mãos da juventude e dos estudantes brasileiros que vão construir o futuro onde o amanhã não repita o ontem.

Sofia Isbelo

Poetiza Estudante de Comunicação Social - Educomuniação na UFCG Bacharela em Letras Inglês - UEPB