O feriado de Tiradentes traz à memória uma série de questões sobre o projeto de nação que temos e aquele que devemos construir.
A independência do Brasil manteve velhas estruturas de poder escravista, que continuou nas mãos dos grandes proprietários de terra.
Os trabalhadores e as classes populares ao longo da história de nosso país, produziram várias formas de luta e avançaram em conquistas, direitos e avanços sociais, porém, o desafio da verdadeira independência ainda nos ronda. A geração de jovens lutadores e lutadoras do povo é herdeira dessa trajetória e deve assumir esse desafio, em todos os âmbitos de nossas vidas.
Construir a independência para o corpo e a vida das mulheres, para que não mais haja mulheres aprisionadas como Verônica e tantas outras, obrigada a viver um corpo que não é o seu.
Construir a independência de nossas mentes, com uma mídia que seja mais democrática e popular.
Construir a independência da educação, para que não sirva mais ao capital do que para o desenvolvimento humano.
Construir a independência do nosso passado, onde nossos mortos não sejam mais desaparecidos, onde golpe não seja chamado de revolução e nem Tiradentes seja nosso principal herói. Que nossa memória relembre mais Marias Felipas, Zumbis dos Palmares e Pagus.
Construir, centralmente, a verdadeira independência, aquela que vai romper com a velha estrutura, que vai colocar o povo no poder. Comecemos por nosso sistema político, que permanece dependente de tudo que é mais arcaico e conservador.
Construir uma constituinte exclusiva e soberana do sistema político é não apenas uma saída política para a conjuntura atual, mas uma saída histórica para construir um novo projeto de nação.