Na adversidade devemos sonhar em dobro

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Neste domingo o Levante Popular da Juventude, em conjunto com um conjunto de organizações, realizou escrachos em frente as filiais da Rede Globo por todo país. Estas manifestações expressam a inconformidade de muitos setores da sociedade com o papel que a emissora vem cumprindo, o papel de manter acuados setores com potencial de oferecer resistência a agenda conservadora aberta no último período.
Golpe e impeachment são simplesmente mel na chupeta de filhotes da ditadura militar para aumentar o tensionamento e facilitar o avanço desta agenda conservadora necessária para inviabilizar um projeto de esquerda como alternativa. Em verdade as elites hegemónicas do país não querem a revolta popular pois assim todas as cartas estariam em cima da mesa.
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Na última semana a facção da família marinho aproveitou a sua comemoração de 50 anos para fazer remendos na sua imagem que esta despedaçada. Com Wiliam Bonner a frente fez uma retrospectiva deste período tratando de ”explicar” supostos erros e mal entendidos em suas intervenções na luta política do país.
Enquanto faz isto omite o verdadeiro embate político do momento, a luta por uma profunda reforma política, que se efetivada traria desgaste a Globo que necessita de uma democracia frágil para continuar hegemónica e seguir manipulando as massas como o fez sempre na história recente.
 Assim esta pequena família continua sendo a principal articuladora da agenda de Direita e dita as regras do jogo, levando o conflito para o campo onde ela é mais forte, a mídia de massas. E o conflito de rua é incentivado em setores determinados e sob a forma de explosões controladas, para manter a Esquerda acuada e com medo.
Nos últimos anos vivíamos um cenário de avanço económico e despolitização na sociedade, e o governo, preso às suas conciliações, ficou com medo de investir na disputa de ideias.  Agora com uma perspectiva de desaceleração da economia se avizinhando e a flor das melhorias económicas murchando, ficando apenas os espinhos do não investimento em projetos como o da TV Brasil, uma TV pública, que deveria ser do tamanho da Rede Globo. Mas o governo teve medo de politizar o povo por meio da disputa de ideias e agora paga um preço caro.
Nos últimos 12 anos, este avanço das políticas sociais e da renda foram as marcas do projeto neodesenvolvimentista encabeçado pelo PT. O aumento das possibilidades de acesso a alimentação, educação e cultura, criam condições mais favoráveis à organização popular. Apesar deste governo não investir no processo organização popular, estas medidas abriram uma janela histórica que agora está se fechando.
 Portanto este momento da conjuntura exige que a Esquerda comprometida com um projeto de transformação consequente faça um esforço dobrado de continuar oferecendo resistência ao avanço conservador nas redes sociais e mídias alternativas. É preciso desenvolver formas criativas de comunicação, pois a nossa comunicação ainda está aprisionada aos tempos idos de palanques e tribunos.
Por outro lado não podemos perder de vista o planejamento e a organização necessária para  continuar massificando, fazendo aquilo que é central, o trabalho de base, pois o tempo histórico está se acelerando e as lideranças formadas agora determinarão muito do ritmo do próximo período da luta de classes.
 As palavras de Marighela que foram ditas em um cenário onde o conflito era iminente e o trabalho de base algo muito difícil de se fazer viajam no tempo e ganham sentido novamente ”É o momento de trabalhar pela base, mais e mais pela base” assim podemos construir as condições de levar o conflito para o nosso campo de batalha, as ruas companheir@s.