O som de palavras de ordem e de músicas de protesto preencheu a cidade de Colatina na manhã da última segunda feira, 20 de julho. O ato contra redução da maioridade penal foi realizado no centro da cidade e marcou o encerramento do Curso Popular da Juventude, que aconteceu entre os dias 18 e 20 de julho no campus do Ifes de Itapina, localizado no interior do ES. A atividade, organizada em conjunto pelo Levante Popular da Juventude, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e Movimento dos Pequenos Agricultores, recebeu cerca de 250 jovens, em sua maioria estreantes em espaços de formação política.
A troca de saberes e de experiências foi o ponto forte do curso, que contou com participantes vindos do campo, de escolas secundaristas, de faculdades públicas e privadas, além de bairros de periferia da região metropolitana de Vitória.
A diversidade de origens e estilos dos participantes não impediu a construção de uma identidade comum entre os jovens: a da Juventude do Projeto Popular. Tal identificação foi proporcionado pelos espaços de formação e rodas de conversa, que apontaram como a realidade de jovens tão distantes cultural e geograficamente se aproxima ao se tratar das opressões e desafios enfrentados por todos os jovens ali presentes.
Allana Soares, integrante da coordenação político pedagógica do curso, fala da importância de momentos como esse para a juventude capixaba: “temos vivido uma realidade de muita violência contra a juventude e essa realidade se endurece quando pensamos no nosso estado. O curso apontou que é só junto e se organizando para pensar a raiz desses problemas que podemos transformar o que vivemos. Saímos de lá com o compromisso de expandir essa experiência, de levar a cada vez mais jovens a possibilidade de sonhar coletivamente com um futuro construído a muitas mãos”, destaca.
Com uma experiência nova para muitos, que soma vivência coletiva, troca de saberes, oficinas, noites culturais e debates sobre sistema político, organização, gênero, racismo e homofobia, cada participante deixa o encontro com a semente da rebeldia plantada no coração e na mente, fazendo jus ao que disse Che Guevara: “Ser jovem e não ser revolucionário é uma mutação genética”.
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