Vanessa Gonzaga, militante do Levante Popular da Juventude em Pernambuco e William Martins, militante do Levante Popular da Juventude na Bahia.
Esse ano tá barril, tá fuzil! Estamos vivendo uma conjuntura de crise política no Brasil, de um lado a direita raivosa lutando pelo impeachment da presidenta Dilma, menos Marx e mais Mises, volta Sarney, volta ditadura… Muita coisa! E do outro, a esquerda defendendo uma educação pública de qualidade, uma reforma do sistema político e contra os ajustes fiscais.
No dia 16 de agosto de 2015 mais uma vez a direita foi às ruas. Os manifestantes nesse dia tinham raça e classe social. Sim, foram os brancos e ricos. E sabe por quê? Porque a mesma não quer ver a população pobre consumindo mais, a classe trabalhadora empregada, a juventude negra nas universidades, uma mulher como presidenta do país.
O que surpreende é uma grande quantidade de juventude nesse dia, a mesma juventude que não enfrentou os problemas da fome. Que hoje se encontra nas universidades… Não, essa juventude não é a mesma que vai à rua dia 20! Porque a mesma está com raiva de ter que dividir sua sala de aula com cotistas, de disputar uma vaga de emprego com negras, LGBTs, mulheres e não ter a mesma população limpando o chão das universidades, servindo seu almoço, catando lixo nas ruas.
Essa é a burguesia brasileira, a mesma que tem apoio dos maiores conservadores do congresso desde a ditadura militar, tem apoio da Globo e que desejou a morte de todas e todos que lutaram por um Brasil melhor no período da ditadura.
Mas no dia 20 vamos nós, o povo. Vão os movimentos sociais que há anos fazem a luta por justiça nesse país. Vão alguns partidos por entender a importância de defender a democracia. Vai preta, viado, sapatão, travesti, camponês e trabalhador.
Vamos porque não aceitamos a política de arrocho e conservadorismo. Este projeto nós derrotamos nas urnas buscando medidas populares e democráticas. Vamos mais uma vez ás ruas contra os cortes na educação, o retrocesso na reforma agrária, o PL da terceirização, a redução da maioridade penal, a criminalização dos movimentos sociais e o financiamento empresarial de campanha.
Vamos “cortar a cabeça do Cunha”, como fizeram as 100 mil Margaridas em Brasília. A agenda adotada pelo Congresso não é a que assegurará ganho para nós, classe trabalhadora. Não nos contentaremos com a militância virtual e individual, vamos mostrar a cara e fazer política nas ruas, como deve ser. Dia 20 seremos milhares acreditando nas possibilidades que são dadas agora e sonhando com um Brasil popular que aos poucos estamos construindo, pois como diria Galeano, “os sonhos anunciam uma outra realidade possível”.
E quem deve pagar a conta é o rico, através da taxação das grandes fortunas. As grandes empresas, que por meio do oligopólio vem ganhando cada vez mais, os bancos que dobraram seus lucros. A burguesia!
Que os ricos paguem a conta!