Texto: Dani Martins e Isis Medeiros – Levante Popular da Juventude . BH
Fotos: Isis Medeiros, Caio Vinícius e Mídia Ninja
Fim da tarde de sexta-feira, dia 20 de maio, em BH e a Faculdade de Direito da UFMG está novamente testemunhando uma etapa política histórica de nosso país. A praça Afonso Arinos e ruas ao redor vão aos poucos enchendo e ficam parecendo rios de gente. E, assim como os rios, o fluxo de pessoas vai seguindo seu caminho até desembocar num mar de gente nos arredores do Othon Palace Hotel, na avenida Afonso Pena, berço da cidade de Belo Horizonte. Cerca de 50 mil pessoas gritavam juntas nas ruas do centro da capital “Fora Temer!!!”, “Não aceitaremos este governo golpista!”. Um mar de diversidade, de brados de esperança, um mar de luta, um mar vermelho.
Estavam ali reunidas e organizadas milhares de pessoas indignadas com o golpe que atingiu nossa democracia e também pra recepcionarem a presidenta Dilma Roussef, que veio abrir o “5º Encontro Nacional De Blogueiros e Ativistas Digitais”, e esperavam emocionadas que a presidenta viesse para o meio do povo para ser acolhida, abraçada.
E ela desceu à rua. Foi beber daquele mar, daquela fonte de amor. Aos gritos de “volta querida”, foi aclamada! Ovacionada! E merecidamente abraçada e acolhida pela multidão vermelha.
Na política, a cor vermelha está associada ao espírito revolucionário e foi adotada como a cor da ideologia política de esquerda. Desde meados do século XV a bandeira vermelha é conhecida como a “bandeira de desafio” e historicamente é hasteada para indicar que não haveria rendição.
Comovida, a presidenta agradeceu o carinho e disse vibrante ao microfone: “Obrigada, queridos!”, depois deixou um recado: “vou seguir resistindo!” E a multidão, transbordando esse espírito revolucionário, também deu seu recado para ela: não vai se render! Continuará mobilizada e organizada nas ruas, nas vielas, nas comunidades e universidades, resistindo pela democracia, pelos direitos do povo brasileiro conquistados com tanta luta pelas mulheres, trabalhadores, negros e negras, lgbt’s, indígenas, e tantos outros lutadores e lutadoras da nossa história!