Em jogada inédita, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) lança candidaturas. Em Pernambuco, o nome da jovem militante Rosa Amorim, de 25 anos, foi o escolhido para representar o movimento
Por Armando Holanda
Em jogada inédita, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) lança candidaturas. Em Pernambuco, o nome da jovem militante Rosa Amorim, de 25 anos, foi o escolhido para representar o movimento nas eleições de 2022. Um ato de filiação ao PT está marcado para o próximo dia 05 de março deste ano.
Natural de Caruaru, a militante Rosa é negra e lésbica com orgulho, como ela sinalizou. Em sua candidatura, ela afirma que não representa apenas a pessoa que ela é, mas representa uma massa que precisa de todos os tipos de representações. A história dela com o MST é um retrato da tradição. Desde o dia em que nasceu, Rosa foi levada, por seus pais, que já eram militantes, ao Assentamento Normandia, mesma cidade que nascera.
Desde os seus 12 anos, a jovem faz parte do movimento estudantil – na fase secundarista. No ano de 2014, ela entrou para o Levante Popular da Juventude – grupo de militantes e majoritariamente composto por negres. Em 2016, foi estudar teatro na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e continuou a luta no movimento estudantil universitário. No Levante Popular, participou de várias lutas estudantis, como a luta pela redução de tarifas de tarifas, as ocupações das universidades contra o golpe e contra os cortes na educação.
Em entrevista à Fórum, Rosa diz que a sua candidatura não representa apenas ela, mas o povo da terra. “O nosso mandato, se o povo de Pernambuco nos eleger, será um mandato de um grande coletivo chamado Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Então, não estou aqui para colocar a minha candidatura individual, mas sim, fui colocada pela direção nacional e pela direção estadual para representar o MST nas eleições. Essa não é uma candidatura da Rosa, mas sim do MST”, crava.
Amorim também destaca a importância da participação de representantes de grupos tidos como minoria no parlamento. “ A disputa parlamentar é importante, sim, e iremos fazê-la, mas sem jamais abandonar a organização popular e a luta de massas. Dentro da política institucional iremos enfrentar o bolsonarismo. Mas sabemos que não podemos abrir mão de colocar também o mandato a serviço de uma luta mais ampla, da luta no campo e na cidade, das campanhas de solidariedade e, principalmente, do trabalho de base e da formação política. Por fim, sobre quem nos apoia.”
Ela frisa que representa vários grupos. “A nossa candidatura é uma candidatura do MST sim! Mas também das mulheres, dos estudantes, da população LGBTQI+, dos negros e negras, indígenas, quilombolas e de todas e todos. Estamos convencidas que iremos dar o nosso recado nessas eleições e iremos forte, para eleger nossa bancada do MST e, principalmente, eleger Lula presidente!”, finaliza.
Via Revista Fórum