O primeiro dia do evento conta com uma análise de conjuntura com a participação do MST, UNE, e reitor da UFF, além de comemoração do aniversário do Levante, com participação de Teresa Cristina
Nesta quinta-feira (16), o Levante Popular da Juventude chegou à Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, no Rio de Janeiro, para o Encontro Nacional de Militantes do Levante Popular da Juventude. São cerca de 1200 jovens de diferentes cantos do Brasil para celebrar os 10 anos da organização e defender um projeto de sociedade construído pelo povo e para o povo na primeira reunião nacional após a pandemia.
A abertura do evento foi feita pelo reitor da Universidade Federal Fluminense – UFF, Antônio Cláudio, e a vereadora de Niterói, Verônica Lima (PT) que abriram as portas da instituição e do município para receber a juventude do projeto popular. Também a militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Rio de Janeiro e pré-candidata a deputada estadual do Rio de Janeiro, Marina Santos, veio acolher a militância do Levante no Encontro Nacional.
A mesa “Em que mundo vivemos?” abriu o evento com uma análise de conjuntura do Brasil e do Mundo. O membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e economista, João Pedro Stédile, relembrou a origem do Levante Popular da Juventude a partir de uma reunião no Rio Grande do Sul em 2012, há 10 anos, que deu início a essa história que teve como frutos os 1200 militantes que participam do encontro e muitos outros.
“Há 10 anos, em Porto Alegre, ninguém imaginava que daria nisso aqui, o tempo passa rápido. Mas, naquela época, a gente olhava pra vocês e pensava: no que será que vai dar? Porque no fundo, para os movimentos populares, não só o MST, para todos os que acompanharam, olhavam o Levante como os filhos mais destemidos. Acho que não erramos em colocarmos essa esperança em vocês”, ressalta João Pedro.
Stédile também falou que conta com a juventude do Levante na disputa das ideias nas eleições 2022, para derrubar o bolsonarismo e eleger Lula presidente, mas também para construir um projeto de sociedade. “A minha geração teve que enfrentar a ditadura militar. […] Eram tempos difíceis de fazer luta. Agora, vocês têm uma tarefa tão importante quanto essa. Vocês são militantes já calejados, uma parcela especial da juventude brasileira”, destaca Stédile, que convoca “Espero ver todos vocês nas trincheiras não só para comemorar a vitória eleitoral, mas também a vitória da revolução socialista brasileira”.
Em seguida, a vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) e militante do Levante, Julia Aguiar, destaca o que representa defender um projeto de Brasil para os brasileiros, lema do Encontro Nacional. “Defender esse projeto é construir todo dia, nas células, quando a gente corre atrás de ônibus, construindo um DCE, nos choros, nos perrengues e é assim que vamos dando um passinho a mais para a revolução brasileira, pacientes, de tijolo em tijolo. É fé na moçada”, ressalta.
E para garantir esta pauta, Júlia destaca a importância de eleger Lula presidente mais uma vez. “Precisamos tirar do fundo do peito a força e esperança para preparar e organizar o contra-ataque. Nós estamos na disputa para construir uma ampla maioria, por isso as eleições não são apenas uma pequena parte das nossas lutas”, aponta a vice-presidenta, que acredita que as eleições 2022 não definem apenas os rumos da política nacional, mas também um projeto de sociedade que valoriza o povo brasileiro. “Organizar uma campanha que vai organizar os Comitês Populares nas universidades, nas periferias e que todos esses jovens que defendem a candidatura de Lula, defendam também um projeto popular para o país, e a construção da revolução brasileira”, conclui.
A quinta-feira termina com uma comemoração dos 10 anos do Levante com a participação da cantora Teresa Cristina e da roda de samba carioca Balaio Bom. A noite celebra com a militância da organização o marco desta década da juventude que já realizou intervenções emblemáticas, como os escrachos aos torturadores da ditadura militar, que jogou dólares no Eduardo Cunha e mostrou o brilho da liberdade de expressão jogando glitter em Jair Bolsonaro.
Por Lucila Bezerra / Levante PE
Edição por Aline Antunes / Levante SP