Os debate sobre a isenção do imposto de renda (IR) e a Taxação dos Super-Ricos não é só sobre números: é sobre a luta de classes. Quem produz a riqueza do Brasil são os trabalhadores, a juventude que acorda cedo, pega transporte lotado, trabalha e estuda, mas quem fica com a maior parte dessa riqueza são os donos de bancos, latifúndios, grandes empresários e investidores estrangeiros. O sistema tributário brasileiro foi construído para proteger os de cima, já que a maioria do imposto vem do consumo, ou seja, do arroz, do feijão, do gás, do transporte, que pesam muito mais no bolso do pobre do que do rico.
O Projeto de Lei (PL) que isenta do IR quem ganha até R$ 5 mil alivia um pouco a vida da juventude trabalhadora, que vive de bicos, aplicativos, estágios e salários baixos. É dinheiro que deixa de ir para o Estado e fica no bolso de quem precisa estudar, pagar aluguel, ajudar a família, se alimentar melhor. É uma medida justa, mas insuficiente se não for acompanhada da cobrança sobre os muito ricos. O Brasil está entre os países que menos cobra imposto sobre fortunas e grandes rendas, enquanto a juventude paga caro por serviços públicos precários.
A luta por um imposto de renda progressivo é luta por justiça tributária e por soberania, por que quando o Estado não cobra dos ricos, falta dinheiro para universidade, saúde, moradia, transporte, e o governo se endivida com bancos e com o Fundo Monetário Internacional (FMI), ficando refém dos interesses do capital estrangeiro. Isso mantém o Brasil preso à dependência, exportando riqueza e importando pobreza, por isso reverter essa lógica é passo para recuperar a capacidade do país de decidir seu próprio rumo.
Para a juventude, isso não é um detalhe, significa ter ou não ter oportunidade de estudar sem fome, acessar transporte gratuito, participar da vida cultural, ter tempo para se organizar e lutar. Juventude precarizada, exausta, sem direitos, é uma juventude mantida sob controle. Quando garantimos renda, serviços públicos e direitos, abrimos espaço para que a juventude se reconheça como agentes de transformação.
O povo quer justiça social e tributária! E desde junho, temos organizado em unidade um Plebiscito Popular pela Taxação dos Super-Ricos e Isenção do IR de quem ganha até 5 mil, e também para reduzir a jornada de trabalho pondo fim à Escala 6×1.
A disputa pelo imposto de renda zero para o povo, que será votado hoje, é parte de uma batalha com chances de vitória. É um passo necessário para algo maior: a construção de um Brasil soberano e popular, que use sua riqueza para o povo e não para enriquecer acionistas estrangeiros. É uma trincheira na luta contra a dependência e por um projeto de socialismo. Não é a solução final, mas aponta o caminho, tirar da burguesia para garantir dignidade a quem tudo produz no nosso país, os trabalhadores e trabalhadoras. Para isso, é preciso pressionar os parlamentares, com muita organização popular, povo na rua e cobrança permanente. Só a luta organizada pode transformar uma política fiscal num passo rumo a um Brasil livre, justo e soberano!
Ana keil, Coordenação Nacional do Levante