Quarenta jovens, militantes orgânicos do Levante Popular da Juventude estiveram reunidos durante o último final de semana em três cidades do Paraná, debatendo sobre a linha política e organizativa que o Levante adota. Foz do Iguaçu, Arapongas e Curitiba receberam a juventude de cinco regiões do estado entre os dias 30 de outubro e 2 de novembro e aprofundaram a formação sobre temas como a Conjuntura, o Projeto Popular para o Brasil e os princípios e desafios do Levante.
A formação faz parte da proposta nacional de desenvolver em todos os estados onde o Levante tem base organizada uma Escola de Formação continuada com a militância. Bahia, São Paulo, Sergipe e Minas Gerais já iniciaram as suas. No Paraná a atividade recebeu o nome de Escola de Formação 29 de abril em referência à capacidade de mobilização e luta dos paranaenses que ficou evidente no início do ano com a greve dos servidores, professores e estudantes da rede estadual de ensino básico e superior. A paralização conjugada com mobilização culminou em uma resposta violenta da equipe do Governador Beto Richa contra os trabalhadores e estudantes em frente à Assembleia Legislativa. Logo depois do episódio, se constituiu no Paraná um Fórum de Lutas unitárias que recebeu o mesmo nome, 29 de abril. O Levante e outras organizações compõe esse Fórum, que é hoje a base estadual da Frente Brasil Popular.
Em Arapongas, a formação aconteceu no Assentamento Dorcelina Folador que tem 16 anos e assenta 92 famílias. Militantes de três cidades da região Norte estavam presentes. A formação foi conduzida pelo Coordenador Nacional do Levante e Secretário Executivo da Frente Brasil Popular, Lucio Centeno. Ao longo dos três dias foi possível debater a conjuntura internacional, nacional e estadual e reforçar a necessidade da continuidade da luta pelo Projeto Popular para o Brasil. Um projeto que deve ser totalizante, ou seja, que abranja os diferentes setores da sociedade e que contemple reformas estruturais. “São as contradições reais da vida das pessoas que geram processos de mobilização e geram processos de luta. Essa ideia tem tudo a ver com o Projeto Popular. Nós conseguirmos partir das contradições reais; identificar quais são as contradições que estão afetando a vida do povo e a partir disso pode gerar um processo de mobilização desses setores em função da construção de um projeto alternativo de sociedade”, formulou Lúcio.
Em Curitiba, militantes da capital, da região metropolitana e do litoral participaram dos debates. Na região sul o debate da organicidade e dos princípios do Levante culminaram na realização de uma Plenária Regional no último dia, onde foi reafirmada a estrutura organizativa na região e definidos os principais desafios para o próximo período. Entre eles a necessidade de impulsionar o fortalecimento do Fórum de Lutas 29 de abril no estado; aumentar a base social no Paraná; e reafirmar a bandeira da Constituinte como pré-condição para a implantação do Projeto Popular.
Em Foz do Iguaçu, além dos temas debatidos nas outras cidades também foi possível a realização de um espaço auto-organização das mulheres. Segundo Inara, do setor, “o espaço foi fundamental para impulsionarmos o Feminismo Popular na região. As discussões setoriais devem perpassar todas as instâncias e debates da organização, por isso quanto mais cedo iniciarmos o debate em nossa célula, mais rápido e com mais qualidade alcançaremos a transversalidade”. A região tem peculiaridades em relação ao restante do estado, além da constituição da célula ser recente a composição é de estudantes da Universidade Federal da Integração Latino Americana, o que potencializa a construção de lutas em conjunto com a juventude dos países vizinhos.
Para Tayná de Curitiba, “estudar é um ato revolucionário, pois a formação vai nortear a nossa ação. Por isso, estamos aqui na nossa escola entendendo como será construído o Projeto Popular para o Brasil”. Esta foi a primeira etapa da Escola de Formação 29 de abril e outras três etapas estão programadas para serem desenvolvidas ao longo do próximo ano e concluídas até o Acampamento Nacional. Os temas para as próximas formações envolvem o debate das opressões, formação do povo brasileiro, educação popular e método de trabalho de base.
“Sem teoria revolucionária, não há prática revolucionária” Lenin