Foi linda e forte a Marcha das Mulheres Negras que, no último dia 18, reuniu mais de 20 mil mulheres negras em Brasília. A manifestação tinha como lema “Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver” e faz parte das lutas do mês da consciência negra. Foi tão linda e tão forte que um policial civil branco se sentiu ofendido, não soube como se conter e, para tentar assustar ou agredir as manifestantes, saiu atirando para cima.
Nos Estados Unidos, entre 22 e 24 de outubro, por todo o país se organizou uma jornada contra o que eles chamam de Police Brutality, conhecido por nós como violência policial, em especial contra a violência praticada pela polícia contra a juventude negra. No dia 24, em Nova Iorque, milhares de pessoas marchavam quando, sem nenhuma explicação, a polícia bateu e prendeu uma mulher negra e mais cinco pessoas que tentaram socorrê-la enquanto era agredida.
A verdade é que não é coincidência, mas um sistema muito similar o que faz essas duas histórias tão parecidas. Por mais que não se fale muito sobre isso na grande imprensa nem daqui nem de lá, o machismo e o racismo são duas importantes constantes na história do Brasil e dos Estados Unidos, e as mulheres negras têm sido parte importante dessa resistência.
Quem também tem sofrido nas mãos de estados violentos e racistas são as crianças e jovens negros. Hoje, 22 de novembro de 2015, se completa um ano do assassinato de Tamir Rice, um menino negro de 12 anos, morto a tiros pela polícia de Cleveland, nos EUA. Ele estava brincando em um parque com uma arminha de plástico quando os policiais chegaram atirando e o assassinaram.
No último 20 de novembro, dia da consciência negra, milhares de pessoas saíram as ruas por todo o país com uma pauta muito clara contra a redução da maioridade penal e o genocídio da população negra. Também no Brasil as crianças são vítimas do racismo, que encarcera e assassina. (falar do Cunha)
A violência é muita, consequência de um largo processo histórico de escravidão, assassinato e exploração do povo negro em todos os cantos da américa. Mas também é cheia de histórias de lutas e resistência a trajetória do povo negro. Vale a pena conhecer a história de Nat Turner, Martin Luther King, Malcon X, Assata, Angela Davis e os Black Panthers.