A partir de hoje lançamos nossa coluna semanal chamada “Papo Reto”. Toda segunda teremos um texto de análise de conjuntura comentando o que rola na política nacional e mundial. Tudo isso sem deixar de lado a realidade que vivenciamos em nossas comunidades, escolas e universidades. Ou seja: análise de conjuntura pé no chão e fresquinha, feita pelo Levante a partir das nossas próprias vivências, anseios e necessidades. Aproveite nossa primeira análise e nos visite toda segunda feira. Sempre terá texto fresquinho para você!
Os desafios que temos pela frente não são poucos, nem tampouco fáceis. Eles são complexos, já que nossos inimigos são poderosos e traiçoeiros. Por isso todo empenho, toda energia, toda garra e disciplina é fundamental neste momento. Devemos agarrar a tarefa de massificar nossas organizações, como a principal em nossa militância. E para isso, devemos ter a atuação certa nos momentos certos.
O inicio das aulas é um desses momentos fundamentais para apresentar e inserir mais jovens em nossas organizações. Muitos estudantes de diferentes realidades sociais, culturais e econômicas ingressam nas escolas e universidades. Muitos com o mais comum anseio que é de se formar e ter uma vida melhor. Nosso papel neste momento é o de conquistar os estudantes com a mística e a agitação, convencê-los de que “só a luta muda a vida”, e que a luta só faz sentido quando se está organizado e estudando o mundo a nossa volta.
É preciso organizar calouradas e recepções do Levante Popular da Juventude, apresentando nossa política, nossa forma de organização, nossos princípios e valores. Esse é o maior desafio para estes dias. Muitos de nós já estamos organizando essas recepções através das entidades estudantis que compomos (CA’s, DA’s e DCE’s), ou mesmo por outros coletivos que construímos (Mulheres, Negritude, Diversidade, Ambiental etc), e isso é fundamental para consolidar a representatividade destes organismos.
Ao mesmo tempo, devemos promover debates com os estudantes sobre a situação em que eles vão encontrar a educação. O recente corte de nada menos que 7 bilhões que a educação sofrerá, como parte do ajuste fiscal neoliberal do ministro da Fazenda Joaquim Levy, que devemos derrotar, vai na contramão do que necessitamos. Hoje temos pouca estrutura que garanta a permanência dos estudantes nas escolas e universidades, em especial os mais pobres. Devemos exigir mais investimentos e nenhum corte. “A crise é dos ricos”, que eles paguem as contas!
Por fim, precisamos debater com o conjunto dos/as estudantes a necessidade de renunciarmos a pior herança que recebemos da ditadura militar: esse sistema político podre. A forma de fazer política hoje só interessa aos ricos, pois estes se mantém no poder através da lógica de financiamento privado, entre outras. Mudar radicalmente o sistema político é tarefa da classe estudantil. E a mudança na política não virá desse Congresso conservador, mas tão somente do próprio povo. Por isso, precisamos realizar uma Assembleia Constituinte Exclusiva e Soberana, para garantir a representação popular e construir um sistema político que resolva nossos problemas. Dessa forma, podemos garantir mais investimentos em saúde, cultura, transporte e educação. E acabar com a farra das elites gananciosas que enriquecem a custa de nosso trabalho.