JUVENTUDE, OUSAREMOS VENCER?

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Por Thiago “Pará”, militante do Levante e diretor da UNE
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A sociedade brasileira, e por tabela a juventude, vivem dias de muita tensão. Não era comum, até pouco tempo atrás tanta efervescência política. Tanta gente nas ruas, tantas pautas, tanta confusão.
Nossa geração, que emerge nos anos 90, não teve contato com os turbulentos anos de 1980, onde a classe operária, os camponeses, as mulheres, os negros, os cristãos, organizados em diversos movimentos sociais, enfrentavam a dura tarefa de construir a transição da ditadura militar para uma democracia.
Ao contrário, fomos forjados nos anos de neoliberalismo, onde a premissa econômica era a privatização e o fundamento social foi o individualismo. Ainda hoje nos abate a forte influência do neoliberalismo. Seja na sua persistente presença nos governos, seja na não superada marca de individualismo e consumismo.
Somos retratados na mídia de forma deturpada, como se fossemos um bando de delinquentes ou “playboys”. Ou, como se não estivéssemos preocupados com um Projeto para o Brasil.
Somos tratados pela polícia de forma truculenta, em especial quando somos a parcela jovem negra e pobre, das periferias. Estamos cercados pelo assédio cotidiano do tráfico, da religião, da direita. Mas ao mesmo tempo, somos a força presente na sociedade que pode mudar este estado de coisas.
Temos a consciência de que o “impeachment” da presidenta não resolve nossos problemas reais, sendo na verdade uma fórmula encontrada pelos corruptos de livrarem sua própria pele, entregando a “cabeça de alguém”.
Sabemos que o que fazem as elites burguesas tremerem de medo? É a mudança radical da política. Sabemos que o que mais acovarda os corruptos é falarmos em reforma política.
Sabemos que o a verdadeira mudança só pode vir do povo e não desse Congresso Nacional de Eduardo Cunha e Renan Calheiros. É por isso que defendemos a Assembleia Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político!
Mas, ainda assim, cabe perguntar aos jovens de nossa geração: ousaremos nós vencer? Vejam, não é tarefa fácil mudar nosso país. A burguesia nunca se propôs arregaçar as mangas e construir um projeto de nação.
Ou faremos isso, ou não será feito.
Esse é o momento de sairmos às ruas com uma bandeira bem definida, a da Constituinte do Sistema Político. Não podemos nos deixar enganar com as falsas e mentirosas saídas que a direita nos oferece, nem muito menos gastar e dissipar nossas energias com qualquer coisas que não seja central nesse momento. O momento é de ousadia, de coragem e de coerência.
Como diria Carlos Lamarca: “Ousar lutar, ousar vencer!”