O ano de 2015 tem sido marcado por constantes ataques aos direitos da juventude e dos trabalhadores. Para atender aos interesses da classe dominante que sempre dominaram o poder político no Brasil, a maioria conservadora elegeu Eduardo Cunha (PMDB/RJ) como presidente da Câmara dos Deputados. Aliado dos setores reacionários e conservadores, Cunha se tornou a principal voz do conservadorismo no Legislativo, atacando diretamente os direitos das mulheres, das LGBT, negras e negros.
Desde que assumiu o cargo máximo da Câmara, Cunha já foi responsável por diversos ataques aos direitos do povo brasileiro, em especial da juventude, e por grandes retrocessos sociais no país. Aprovou por meio de manobras antidemocráticas projetos como a PEC 171, que reduz a maioridade penal. Aprovou também sua (contra) reforma política, diminuindo os direitos dos partidos pequenos e tentando constitucionalizar o financiamento empresarial de campanhas e partidos. Além disso, busca impor retrocessos como a maior criminalização das mulheres e a restrição do direito de decidir sobre seu próprio corpo e vida, o Dia do Orgulho Heterossexual e a penalização da “heterofobia”. Por fim, Cunha lidera, no Congresso, o setor que mais quer que a classe trabalhadora pague pela crise com políticas de austeridade e ajuste, tendo como maior expressão o PL das Terceirizações. Todos projetos que atendem interesses da classe dominante, às bancadas religiosa e da bala, que ameaçam os direitos humanos e conquistas sociais históricas. É claro, portanto, que podemos encarar Eduardo Cunha como um inimigo da juventude e trabalhadores.
Não bastando todo o retrocesso que representa, Eduardo Cunha foi denunciado em recentes investigações da Operação Lava Jato, por recebimento de propina (5 milhões para viabilizar a construção de navios-sondas da Petrobras) e teve R$ 10 mi descobertos na Suíça, por investigação do MP suíço como lavagem de dinheiro. Diante de tantos retrocessos e esquemas de corrupção, é inadmissível que Eduardo Cunha permaneça como Presidente da Câmara dos Deputados, uma representação máxima do Poder Legislativo brasileiro.
Desta maneira, a União Nacional dos Estudantes não pode se calar e nem vacilar. Neste sentido, qualquer declaração de que a UNE não defende o Fora Cunha! não representa o conjunto da opinião da União Nacional dos Estudantes, não é um posicionamento adotado em nenhuma instância deliberativa da entidade, tampouco condiz com a atuação que tivemos nas lutas que travamos ao longo desse ano. A UNE, que lutou contra a ditadura militar, nas Diretas Já!, no Fora Collor e nas ações contra a redução da maioridade penal, deve ser atuante na luta contra os ataques aos direitos da juventude e do povo. Hoje, estes ataques têm uma das suas maiores representações em Cunha.
Nós, diretores da UNE abaixo assinados, nos posicionamos firmemente pelo afastamento de Eduardo Cunha e acreditamos que esta deve ser a posição oficial da entidade. Nos esforçaremos para que a UNE, de conjunto, seja parte ativa da campanha FORA CUNHA!
Assinam:
Thiago Pará – Secretário Geral
Katerine Oliveira – 1ª Vice-presidenta
Regis Piovesan – 3º Vice-presidente
Camila Souza – 1ª Diretora Executiva de Relações Internacionais
Jessy Dayane – Diretora Executiva de Políticas Educacionais
Larissa Rahmeier – Diretora Executiva de Direitos Humanos
Katu Silva – Diretor Executivo de Extensão Universitária
Nathi Bittencurt – Diretora do Pleno de Mulheres
João Luís Lemos – Diretor do Pleno de Assistência Estudantil
Thales Monteiro Freire – Diretor Pleno de Assistência Estudantil
Julia Louzada – Diretora do Pleno no de Universidades Públicas
Augusto Malaman – Diretor do Pleno de LGBT
Lucas Inocêncio – Diretor do Pleno de Movimentos Sociais
Daison Roberto Colzani – Diretor do Pleno de Políticas Públicas para a Juventude
Pamela Kenne – Diretora do Pleno de Extensão
Simone Nascimento – Diretora do Pleno de Assistência Estudantil
Taíres Santos – Diretora do Pleno de Combate ao Racismo
Erick Andrare – Diretor do Pleno de Combate ao Racismo
Lucas Bicalho – Diretor do Pleno de Assistência Estudantil
Aline Isidoro de Moraes – Diretora do Pleno de Políticas Educacionais
Elida Elena – Diretora do Pleno de Mulheres
Gabriel Souza Alves – Diretor do Pleno de Movimentos Sociais
Mariana Maia – Diretora do Pleno de Universidades Públicas
Jessé Samá – Diretor Pleno de Universidades Públicas
Felipe Garcez – Diretor Pleno de Cultura
Danielle Andrade – Diretora de Esportes
Samara Martins – Diretora do Pleno de Mulheres
Sarah Lindalva – Diretora do Pleno de Movimentos Sociais
Pedro Serrano – Diretor do Pleno de Direitos Humanos
Johari Provezani – Diretor do Pleno de Universidades Públicas
Sérgio Eduardo – Diretor do Pleno de Políticas Educacionais
Maiara Cruz – Diretora do Pleno de Extensão