Não eram apenas 40 ou 50, mas cerca de 7 mil pessoas, entre jovens do Levante Popular da Juventude e outras forças políticas, que participaram de um ato pela construção do projeto popular para a juventude brasileira. A atividade foi realizada na noite de terça (6) e fez parte da programação do 3º Acampamento Nacional do movimento, que ocorre em BH desde a segunda (5).
Entre os convidados, figuras como a presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas (CUT), Beatriz Cerqueira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a dirigente do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) Soniamara Maranho e a dirigente do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) Eliane Martins.
Todas as intervenções abordaram o contexto de golpe no Brasil e reafirmaram o compromisso com a defesa da democracia e dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores. “Neste momento, a juventude é convocada a se organizar e levantar com a força da classe trabalhadora. Nenhum jovem a menos! De pé, à frente, juntos pela unidade e pelo ‘Fora Temer’”, disse Eliane.
Nicinha vive!
A plenária principal do evento foi nomeada pelos militantes do Levante de “Nicinha”, em memória da militante do MAB que foi assassinada no lago da barragem da Usina Hidrelétrica Jirau, em Porto Velho (RO). Emocionada, Sonimara agradeceu a homenagem e destacou a importância da juventude na transformação do país. “Não existe projeto popular, mudança de estrutura, sem a participação da juventude”, afirmou.
Política
Em sua fala, Lula defendeu os avanços dos últimos treze anos e afirmou que o PT “mostrou que outro Brasil é possível”. Ele citou políticas sociais, que melhoram as condições de vida dos trabalhadores, e a expansão do acesso à universidade.
O ex-presidente disse ainda que não há como negar a política, pois isso fortalece a direita e o discurso de ódio. “Eu precisava vir conhecer o acampamento do Levante e ver essa juventude rebelde que gosta de política. A desgraça de quem não gosta de política é ser governado por quem gosta”, ressaltou.
Para Beatriz Cerqueira, a política, mais do que nunca, exige ocupar as ruas para denunciar o golpe. “Temos que gritar ‘fora’ a muita gente que, diariamente, dá golpes na classe trabalhadora”, disse. “É hora de mais escrachos, é hora de denunciar os meios de comunicação, é hora de denunciar este governo corrupto e que não nos representa, é hora de dizer esse golpe é contra nós mulheres. Mais, escrachos, mais desobediência civil, mais movimento, mais rua”, completou.