Mulheres Cabulosas da História

Você está visualizando atualmente Mulheres Cabulosas da História

Especial de Comemoração 100 anos da Revolução Russa

Otriunfo da Revolução Russa em 1917 marcou profundamente o pensamento revolucionário. A experiência soviética, até hoje, permanece como uma das maiores experiências socialistas que tivemos no mundo, mas também como uma das maiores experiências de uma sociedade feminista, ainda que esta história permaneça invisibilizada. A questão da mulher e da família se colocava como central para os bolcheviques, havendo inúmeras reflexões e políticas sociais votadas para a superação da dominação e exploração da mulher.

Sabemos que a história da Revolução Russa é temida pela burguesia e bastante desconhecida pela classe trabalhadora. Existe uma visão resignada e turva sobre o seu processo e legado. Por isso, vocês terão a oportunidade de conhecer um pouquinho sobre as Mulheres Cabulosas da História Soviéticas e suas lutas pela libertação das mulheres!

ALEXANDRA KOLLONTAI

Aleksandra Mikháilovna Kollontai, nasceu em uma família aristocrática em São Petersburgo, em 1872 no, até então, Império Russo governado pela dinastia Romanov.

Na Russia Czarista as mulheres eram privadas de direitos, passando por humilhantes leis que regiam o matrimônio, recebiam menos que os homens nos trabalhos operários e eram, em sua maioria, analfabetas. Kollontai foi escritora e jornalista, se interessou pela vida política de seu país se aproximando das ideias socialistas, posteriormente se filiando ao Partido Social-Democrata Russo. Mudou-se para a Suíça a fim de aprofundar os estudos e teve a oportunidade de conhecer os marxistas Karl Kautski e Rosa Luxemburgo.

De volta à Russia, testemunhou o Domingo Sangrento, um massacre aos pobres e trabalhadores que fizeram um protesto pedindo melhores condições de vida ao Czar, que desencadeou uma grande revolta da população, gerando uma série de protestos conhecido como Revolução de 1905. Devido as lutas populares dessa época, conheceu em uma reunião Krupskaia e seu companheiro Lenin se tornando grande amigos.

Já imersa na vida política, Kollontai juntamente com sua companheira feminista, a alemã Clara Zetkin, propôs à II Internacional Socialista, a realização de campanhas a favor dos direitos das mulheres trabalhadoras e do estabelecimento de um dia internacional de luta das mulheres operárias, posteriormente estipulado no 8 de março. Estudou profundamente a vida das mulheres trabalhadoras e organizou um clube auto organizado de mulheres na Rússia. Foi perseguida por suas atividades políticas e teve que se exilar retornando somente em março de 1917, onde participou ativamente com os Bolcheviques da Revolução de Outubro.

Alexandra Kollontai fazia parte do Comitê Central do Partido dos Bolcheviques e foi a primeira mulher a atuar num cargo do governo.
Organizou o I Encontro de Mulheres de Toda a Russia e criou o departamento de Mulheres contribuindo com avançadas conquistas de direito das mulheres, tais como; a socialização do trabalho doméstico com o Estado; criação de creches e restaurantes populares; acesso ao divórcio, legalização do aborto, incentivo às mulheres a ocuparem os cargos de direção política.

Mas, na verdade essa é a Letícia Proença que luta para que o lugar de mulher seja onde ela quiser, na Revolução, na arte, na rua, no mundo!

VALENTINA TERESHKOVA

Valentina Tereshkova nasceu em março de 1937, em Maslennikovo, distrito de Yaroslavl, na Rússia. Filha de pais operários, começou a estudar aos 8 anos e, aos 18, começou a trabalhar como operária numa fábrica têxtil. Apesar das dificuldades, continuou estudando por correspondência e se aventurou a participar de um clube de paraquedistas amadores e deu seu primeiro salto aos 22 anos. A experiência com o paraquedismo foi fundamental para sua atuação como cosmonauta.

Em 1961, Valentina começou a se preparar para se tornar cosmonauta, pois havia surgido uma possibilidade do programa espacial soviético enviar uma mulher ao espaço. Já em 1962, ela foi selecionada e começou a receber instruções de Yuri Gagarin, primeiro homem a ir ao espaço.

A bordo da nave Vostok 6, a cosmonauta deu 48 voltas em torno da Terra durante as 71 horas em que permaneceu fora do planeta, em 1963, quando tinha apenas 26 anos de idade. Ela ainda é uma das únicas mulheres a ter feito uma viagem sozinha ao espaço.

Após voltar para casa, foi homenageada com monumentos com seu rosto e seu nome e ganhou vários prêmios, mas não retornou mais ao espaço. Depois de sua viagem, continuou atuando em pesquisas e passou a atuar na política da União Soviética, trabalhando em cargos públicos e como representante de seu país. Valentina, na comemoração dos 50 anos de sua ida ao espaço, declarou ter vontade de voltar ao espaço, desejando, inclusive, ir à Marte, sendo um exemplo de coragem e força para todas nós.

Mas, na verdade, essa é Paula Madeira, que luta por menos desigualdade social e melhor qualidade de vida para todos.

NADEZHDA KRUPSKAYA

Nadiéjda Konstantínovna Krúpskaia, nasceu em uma família aristocrática em São Petersburgo, em 1869, no Império Russo governado pela dinastia Romanov. Embora sua família tenha sido de origem nobre, seus pais eram pobres. Seu pai, Konstantín Krupski foi um oficial do exército que questionava os poderes do Czar, posteriormente tendo que trabalhar em uma fábrica, e sua mãe Elisabete Krupskaia era professora. Desde a infância, Krupskaia conviveu com perseguições do governo ao seu pai e a dura vida que ele levava como operário, o que a sensibilizou para a questão dos trabalhadores. Seu pai faleceu quando ainda criança e devido a miserável pensão que recebiam, aos 14 anos começou a dar aulas particulares para ajudar sua mãe.

Ainda bem jovem entrou num grupo de estudos marxistas e compreendeu o papel que o operário devia desempenhar na libertação de todos os trabalhadores, e sentiu um desejo irresistível de estar entre eles, iniciando assim sua militância revolucionária. No círculo de estudos conheceu um jovem que havia acabado de se mudar para São Petersburgo e que se tornaria seu companheiro da vida e da luta, Vladimir Ilyich Ulyanov, mais conhecido como Lênin.

Devido as propagandas marxistas e as atividades políticas que desempenhavam, foram presos e exilados do país. No exílio se casaram e Krupskaia começou a escrever folhetos e artigos, um deles; “A Mulher Operária”, no qual enfatiza que a mulher sofre exploração ainda maior que os homens no trabalho e cumpre a dupla jornada, pois em casa os companheiros operários não aceitam dividir as tarefas domésticas.

A partir de 1903 começou a atuar no Partido Operário Social-Democrata e foi da redação do jornal Iskra (Faísca). Em 1917, retornou à Russia depois da derrubada do Império pelo povo e contribuiu ativamente no processo revolucionário até a tomada do poder pelos Bolcheviques. Depois da Revolução de Outubro, se tornou deputada do Comissário para a Educação, futuramente assumindo o Comitê Central do Partido Comunista.
Krupskaia deixou uma série de estudos sobre educação, passando também por temas como juventude e mulheres.

Mas, na verdade essa é a Ana Júlia Bonifácio que luta por uma educação pública, laica, gratuita, de qualidade e leva consigo a história das mulheres que deram suas vidas nas revoluções.

Gostou do conteúdo? Nos ajude a publicar o livro Mulheres Cabulosas da História! Acesse nossa página no Catarse e doe! https://www.catarse.me/mulherescabulosasdahistoria