Chegou o segundo turno das eleições presidenciais no Brasil e estamos em uma grande encruzilhada política. As duas grandes frentes políticas do Brasil encabeçam a disputa sobre o futuro de nosso país: a frente encabeçada pelo PT, apresenta um projeto de desenvolvimento combinado com certa distribuição de renda e mais oportunidades para os pobres; a frente encabeçada pelo PSDB apresenta um projeto de governo de concentração de renda para os ricos e para as grandes empresas transnacionais.
Vale dizer que no cenário internacional, hoje o Brasil assume protagonismo com os BRICS e nas políticas de integração com países da América Latina. Aécio, além de governar exclusivamente para os ricos, subordinaria nossa política internacional aos interesses norte-americanos. Para o povo brasileiro, a eleição de Aécio representaria um enorme retrocesso.
Apesar dos limites deste governo, a derrota de Dilma ameaçaria as diversas políticas sociais implementadas nos últimos 12 anos. Aécio representaria arrocho salarial, desemprego, e volta de privatizações dos grandes patrimônios nacionais como a Petrobras. A juventude também seria muito afetada. O candidato do PSDB usaria seu poder para implementar a redução da maioridade penal – proposta forte de seu programa – e ainda poderia interromper o processo de expansão e democratização do ensino superior brasileiro. Os milhões de jovens da periferia, de jovens negros, de jovens estudantes trabalhadores que entraram na universidade pública nos últimos 12 anos – muitos sendo o primeiro de sua família – precisam ter consciência de que para avançar mais, é com Dilma.
Temos convicção de que a reeleição de Dilma Rousseff não encerra nossas tarefas políticas. Ainda mais num governo que ocorrerá em situações adversas. Além de enfrentar um cenário econômico internacional desfavorável, teremos um grande problema na política interna. Na contramão das manifestações de junho, a próxima legislatura terá o Congresso mais conservador desde 1964. A onda conservadora no Brasil encontra sustentação em nosso sistema político dominado pelo poder econômico. Com Dilma, a luta dos oito milhões que votaram pela reforma política através de uma Constituinte Exclusiva é possível. Com Aécio, nos restaria a defensiva ante a combinação de um cerco conservador no Congresso, Judiciário e Executivo.
Os inimigos do povo farão de tudo para impedir a reeleição de Dilma. A mídia, que atua como um partido da direita, já iniciou um jogo sujo para confundir o povo brasileiro. Construindo um cenário de medo, manipulando informações, destilando preconceito e ódio contra os mais pobres – em especial nordestinos – a grande mídia pratica um verdadeiro atentado contra a democracia brasileira.
Diante desses fatos, não vacilamos em nos posicionar a favor da reeleição de Dilma Rousseff e contra uma restauração conservadora no país. Voto nulo não é voto de protesto, é voto em Aécio. O momento é para a militância ocupar as ruas com criatividade e ousadia. Nossa tarefa é dialogar com o povo, conquistar votos para Dilma, levantar as bandeiras da juventude brasileira e pautar a necessidade de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. Afinal, o que está em jogo nesse momento é o nosso futuro.
São Paulo, Outubro de 2014
Levante Popular da Juventude