Levante Popular da Juventude: POR QUE ACAMPAMOS?

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Com Mostra Cultural e Científica, 4º Acampa do Levante reúne mais de 4000 mil jovens na UFRJ. Foto: Guilherme Frodu

Acampamos para construir um país sem opressões, um mundo com novos valores. Acampamos porque queremos justiça social e ambiental. Acampamos porque acreditamos na revolução brasileira, e em um Brasil popular, soberano, e com a cara do seu povo. Existem várias respostas, e todas elas comunicam a mesma coisa: Juventude organizada para lutar e transformar a realidade. 

Nascido em 2006 no Rio Grande do Sul, o Levante Popular da Juventude surge a partir da necessidade de organizar a juventude brasileira nos diferentes lugares onde ela se encontra: nas periferias dos grandes centros urbanos, nas escolas, institutos federais, universidades públicas e privadas e onde mais ela estiver. 

O Movimento se nacionalizou em 2012 no seu I Acampamento, que reuniu 1300 jovens em Santa Cruz do Sul (RS) para marcar o nascimento da nova organização. Em 2014, o II Acampamento aconteceu em Cotia (SP), com três mil jovens do campo e da cidade com a meta de tornar o movimento uma organização de massas. Em 2016, o III Acampamento aconteceu em Belo Horizonte (BH), reunindo sete mil jovens que se comprometem com a luta contra o golpe e a ascensão do fascismo no Brasil. E neste ano, 2024, o IV Acampamento reúne quatro mil jovens, aponta a tarefa de organizar a juventude e construir lutas para derrotar o fascismo. 

Nossos acampamentos nacionais possuem um caráter congressual que apontam os desafios políticos e organizativos do Movimento para o próximo período , mas não se finda somente nesse sentido. Há vários outros aspectos que constituem e formatam, e eles se dão a partir da construção e da promoção de direitos como cultura, lazer, trabalho e renda, saúde e educação. Trata-se de um espaço que expressa a pluralidade e a diversidade da juventude brasileira. O Acampamento Nacional do Levante Popular da Juventude, para além dos seus aspectos mais gerais, possui um método baseado nos princípios do companheirismo, da solidariedade e do trabalho coletivo. 

Foto: Guilherme Frodu

O Acampamento tem uma forte dimensão simbólica, que se vincula à uma forma de luta que os Movimentos do campo possuem, a exemplo do Movimento Sem Terra (MST), que é de acampar para conquistar direitos e construir a transformação da realidade. O Acampamento é um ensaio da sociedade que queremos construir, onde os jovens vivem uma experiência de imersão formativa através, principalmente, da cultura, da arte e da educação popular. 

A programação possui plenárias, rodas de conversas, oficinas, apresentações artísticas, mística e agitação e propaganda. Ao longo dos dias de Acampamento há espaços auto organizados que chamamos de “bondes”. Temos o bonde da diversidade, o bonde de negros e negras e o bonde das mulheres. Momento no qual se debate as opressões do sistema capitalista, que é estruturalmente racista, lgbti+fóbico e patriarcal. E com muita alegria para confundir os inimigos, esses bondes saem em cortejo pelos espaços do acampamento.

Os Acampamentos do Levante  cumprem um papel importante a partir do ponto de vista organizativo e político do Movimento. É o momento em que é apontando os rumos, os desafios conjunturais da organização. O Acampamento se coloca como uma importante ferramenta de coesão e massificação que, por sua vez, apresenta saltos fundamentais que marcam a história do movimento de dois em dois anos e inaugura novos ciclos entendendo a realidade concreta da juventude brasileira.