Por Levante de Manaus
Estamos vivenciando em várias cidades brasileiras os recorrentes reajustes nas tarifas do transporte que deveria ser público, mas na verdade não é. O transporte coletivo é privado e tratado como uma mercadoria e, como mercadoria, não é dada mas vendida e tem que necessariamente gerar lucros para o dono da empresa.
Pensemos agora sobre a crise hídrica que o estado de São Paulo vem enfrentando. A empresa que cuida do abastecimento no Estado é também uma empresa privada. Há algum tempo a mesma foi avisada sobre a fragilidade do sistema Cantareira, pois bem, ela preferiu repassar 60% de seu lucro para os seus acionistas, do que investir para que o Estado não passasse pelo que está passando agora: o desabastecimento, o racionamento, e o sofrimento do povo com toda essa situação. Isso nos mostra que as empresas privadas não pensam no bem da população, pensam no lucro.
Analisemos as empresas do transporte privado de nossas cidades. Você acha que elas lutariam tanto para ganhar as licitações se não fossem lucrar com isso? Então, os reajuste se dão pelo simples fator de que o lucro tem que ser gerado para as empresas, não importa as condições, o tempo que você espera, se o busão vem lotado ou não. O transporte nas cidades deveriam ser tratados como a saúde pública, segurança, educação, deveria ser tratado como um bem público já pago por nós todos os dias.
Enquanto a política e a vida do povo estiverem subordinadas ao lucro das grandes empresas que financiam as campanhas políticas em épocas de eleição para ganhar as licitações e continuarem engordando seus bolsos, sofreremos constantemente com os interesses privados. Uma Constirtuinte Exclusiva do sistema político é passo fundamental para termos acesso democrático tanto às formas como administrar os bens públicos como a água, quanto transformar o transporte em realmente público.