Ato contra impeachment reúne 20 mil pessoas em BH

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Protesto contra tentativa de golpe superou a manifestação dos grupos a favor da retirada de Dilma.

Mais de 20 mil pessoas caminharam por ruas do centro de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Não para defender um partido ou um governo, mas para defender a democracia, lutar contra a tentativa de golpe e retrocessos. Manifestantes pediram também a saída do Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e do Presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

“Ai, ai, ai, ai… empurra o Cunha que ele cai”

O ato do Dia Nacional de Luta contra o Impeachment é uma resposta direta e incisiva às manifestações da direita, que tem como objetivo derrubar a presidenta Dilma Rousseff.

Mulheres contra Eduardo Cunha e a favor da democracia

No fim de outubro, milhares de mulheres foram às ruas protestar contra o PL 5069, de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O texto dificulta o aborto legal em caso de estupro. A militante do Levante Popular da Juventude, Paula Silva, explica porque o movimento vem realizando atos contra o atual presidente da Câmara dos Deputados. “Eduardo Cunha representa o que há de mais conservador na política. Usa seu poder para aprovação de leis que são um retrocesso para o povo. Além disso, ele é corrupto, roubou e está envolvido na Lava Jato e tem milhões de paraísos fiscais. Ele tem que ser preso.”, destaca.

A estudante Juliana Gusman conta porque participou do protesto e diz que o impeachment é uma tentativa de golpe. “Participei porque considero um ato importante para a democracia do país, que é recente e frágil. O impeachment é uma tentativa de golpe da direita, apoiada pela grande mídia, e representaria um retrocesso democrático.”, conta.

Ela ainda afirma que é contra atrasos. “Qualquer governo que represente ideias progressistas ameaça a elite conservadora, que se faz valer de ferramentas institucionais para manter sua hegemonia.”

“Sou contra atrasos. Fui para rua defender um país democrático”.

Em entrevista ao Jornal Folha de SP, o professor emérito da Faculdade de Direito da USP e autor da ação contra Collor em 92, Dalmo Dallari, afirma que afastar a presidenta Dilma Rousseff agora seria golpe, pois não há nenhum fundamento jurídico para impeachment. Ele ainda afirma que não é a favor de Dilma, mas sim da Constituição.

Mulheres contra Eduardo Cunha