Em 25 de novembro de 2016 (às 22h29 no horário de Havana), perdemos nosso líder revolucionário, o comandante Fidel Castro. Cubano de nascimento e internacionalista de coração e mente, Fidel foi uma das figuras políticas mais importantes da História.
Seu legado nos mostra que a solidariedade revolucionária não deve ter fronteiras, e seu exemplo segue inspirando homens e mulheres ao redor do mundo. “Ser internacionalista é saldar nossa própria dívida com a humanidade”, disse o comandante.
Em um período em que os Estados Unidos compravam seus aliados com a promessa da liberdade capitalista, Fidel e seus companheiros/as nos ensinaram que a verdadeira liberdade vem da luta. Em 1953, Castro iniciou o processo que desencadeou, na América Latina, batalhas pela conquista da liberdade e da soberania, ao realizar a primeira ação armada contra a ditadura do imperialista Fulgêncio Batista, em 26 de julho, com o assalto aos quarteis Moncada e Céspedes.
Este primeiro ato de resistência falhou e Fidel foi condenado a 15 anos de prisão. Em 1955, funda o Movimento Revolucionário 26 de Julho (26-M) e nesse mesmo ano foi liberto graças a uma anistia, exilando-se no México. Lá, conheceu Che Guevara, que se juntou à empreitada de libertar a ilha cubana. Em 1956, os dois homens e mais 80 seguidores partem de barco para Cuba, onde travam três anos lutas com as tropas de Batista, até que em 1 de janeiro de 1959 o ditador cede o poder. Assim começa o governo revolucionário que se sustenta até hoje.
É claro que os Estados Unidos não iriam admitir um governo contestatório em “seu quintal” e passaram a realizar ações de ataque e sabotagem a Cuba. Mas essas ações alimentaram ainda mais o desejo revolucionário do povo e, após os ataques aéreos dos Estados Unidos ao território cubano, Fidel declarou o caráter socialista da Revolução, em 16 de abril de 1961. Até 2008, Castro comandou diretamente a resistência dessa pequena ilha de história sofrida e povo obstinadamente alegre. Cuba tem resistido de maneira heroica ao bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos, bem como às suas ofensivas militares. O próprio Fidel sofreu mais de 600 tentativas de assassinato.
Apesar de todas as limitações impostas pelo bloqueio econômico e pela estreita base produtiva da ilha, a revolução conseguiu garantir avanços sociais impensáveis em um sistema capitalista. Todas as noites, milhares de crianças dormirão na rua e nenhuma delas será cubana. Os cidadãos e cidadãs têm acesso à escola e a uma educação voltada à construção de valores humanistas. As pessoas participam ativamente da política. Elas têm comida, moradia, saúde e, ao contrário do que dizem por aí, liberdade.
O comandante Fidel construiu por 90 anos uma história que, como disse João Pedro Stédile (dirigente do MST), não pode ser escrita com palavras. Seus princípios, sua honra, sua perseverança e sua resiliência têm inspirado a militância latino-americana há décadas. Por seu dever cumprido, a história o absolverá . Que a estrela vermelha de Fidel guie sempre as nossas lutas.