“Combater um Projeto de Morte: o desafio da juventude brasileira em defesa da vida e do trabalho!”

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Às vésperas do Dia do Trabalho a vice-presidenta da UNE propõe mobilização e organização popular para avançar nos direitos dos trabalhadores. Confira:

via União Nacional dos Estudantes

A história é marcada pela luta do povo trabalhador por direitos e contra a exploração. E a juventude sempre desempenhou um papel importante nessas lutas, seja quando jovens trabalhadores estão organizados em sindicatos, ou jovens estudantes unidos em solidariedade. No Brasil, as e os jovens tiveram participação fundamental nas lutas históricas e na conquista de direitos para o conjunto dos trabalhadores/as ontem e hoje, como a proibição do trabalho infantil, a delimitação das jornadas de trabalho e as conquistas previdenciárias como as férias e o décimo terceiro.

Este ano, o dia 1° de Maio, dia histórico de luta internacional dos trabalhadores, se dá em meio à crise sanitária provocada pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus. Do nosso lado da trincheira, a luta é para salvar vidas e para que o Estado construa condições concretas para a população fazer a quarentena, minimizando assim as trágicas consequências sociais da pandemia. Do lado dos patrões e empresários, a subjugação dos direitos e da vida dos trabalhadores. Legitimados por Bolsonaro, estes empresários têm obrigado funcionários a irem para frente das lojas pedir o retorno das atividades comerciais, quebrando o isolamento social e submetendo os trabalhadores a uma condição de humilhação e vulnerabilidade de suas vidas.

É sob a regência de um sistema neoliberal, intensificado no governo Bolsonaro, que compromete a soberania nacional e corta dinheiro do SUS, destrói políticas para educação e uma série de direitos previstos para a juventude na CF de 88, que atravessamos a pandemia no Brasil. Este modelo econômico tem feito a juventude trabalhadora amargar uma intensa piora em suas condições de vida e de trabalho: a extinção de direitos sociais, a PEC 905 (que permite a contratação de jovens com salários mais baixos e sem direitos), o desmonte da CLT e o aumento do desemprego.

Nós jovens enfrentamos dificuldade de inserção no mundo do trabalho, ocupamos postos de trabalho precarizados e mal remunerados. Atualmente, 70% da juventude está inserida em vínculos informais de trabalho. O trabalho informal exclui os jovens da rede de proteção social que abarca empregos formais. Essa situação se aprofunda na pandemia, uma vez que a demanda de entregas por aplicativos, para mencionar apenas um exemplo, tem crescido e é realizado majoritariamente por jovens.

No mesmo passo que os trabalhadores perdem direitos, perdem empregos, a juventude também está submetida a sofrer com essas consequências. Por isso, a luta do 1° de Maio é também uma luta da juventude brasileira. Nós, os jovens que hoje ocupam as escolas e universidades, se não nos mobilizarmos junto com os trabalhadores na defesa dos direitos, iremos agonizar em uma sociedade cada vez mais desigual. Pois, só a luta muda a vida!

Devemos nos forjar e ajudar a forjar novas gerações identificadas com a luta dos e das trabalhadoras, que lute junto e construa, desde já, o Brasil que desejamos. Para isso, as tarefas de agora são importantíssimas. Devemos nos dedicar a construção de mobilização e organização popular para avançarmos na conquista de direitos e combater as políticas que joga a conta da crise econômica sobre os ombros dos mais pobres.

É possível ter empregos e direitos. A taxação das grandes fortunas e reforma tributária são uma das alternativas de distribuição da conta com toda a sociedade. Além disso, a garantia que o auxílio emergencial possa ser acessado pela juventude, garantindo condições para enfrentar os problemas gerados pela pandemia.

O lucro não pode está a cima das vidas!
Fora Bolsonaro!

*Elida Elena é vice-presidenta da UNE e estudante de história da UFPB