O ano de 2020 está marcando a nossa geração como o ano mais complexo e difícil das nossas jovens vidas. A incerteza provocada pela convergência entre as crises sanitária, social, política e econômica, que escancara, ainda mais, as desigualdades sociais aumentando a fome e a morte tornam muito difícil projetar uma vida digna. O conservadorismo e o neofascismo têm ganhado força no governo e na sociedade civil e permitem relativizar direitos históricos conquistados pela luta de mulheres e homens trabalhadoras/es. I
niciamos novembro com o nosso feriado de finados sentindo a dor e o luto por mais de 160 mil famílias que perderam seus parentes não só por conta da pandemia do novo coronavírus, mas sobretudo, pela escolha política do governo Bolsonaro em avançar na agenda neoliberal e na retirada de direitos por meio do negacionismo, conservadorismo e o estímulo e banalização da violência (doméstica, policial, ambiental, etc.). .
Esse mês também foi marcado pelo caso emblemático que envolve uma jovem de apenas 21 anos que de vítima de um possível crime de estupro foi culpabilizada, criminalizada e novamente violentada pela justiça brasileira catarinense e seus agentes coniventes com a moral machista, patriarcal e racista. A verdade é que não estamos seguras e acabamos nos sentindo dentro do mesmo breu.
A revolta que sentimos é por esse caso não ser um “ponto fora da curva”, mas por ser um exemplo evidente do que representa o Estado brasileiro, sua justiça e seu governo no aprofundamento da violência, da exploração e da dominação patriarcal, racista e do capital. Infelizmente esse sistema só tem a nos oferecer mercadorias em troca da nossa dor e definitivamente não estamos satisfeitas/os com isso.
A constante violência, assédio, objetificação, desumanização que a maioria do nosso povo sofre por intermédio do racismo e do machismo patriarcal compõe um projeto de dependência econômica, concentração de riqueza, encarceramento e extermínio em massa que vêm sendo conduzidos pelo governo Bolsonaro, seus aliados e o imperialismo norte americano não nos deixam outra saída a não ser resistir e lutar.
E novembro é um mês especial por ser marcado pelo dia 20, dia da consciência negra e o 25 dia internacional de luta contra a violência as mulheres. Ao encontrem com um projeto de soberania popular e alimentar, democracia das maiorias, políticas públicas de universalização da cultura, da educação, saúde, moradia, riquezas e bens naturais novembro ganha uma agitação que tem como objetivo propagandear a possibilidade real de construção de uma sociedade sob bases feministas, antirracistas e socialistas, compromissadas com os interesses do povo em detrimento de uma minoritária elite.
E na nossa história brasileira e latino americana, na força de Zumbi dos Palmares, das “Mariposas” e tantas lutadores e lutadores que encontramos estímulo para seguir com esse legado de organização e formação política para elevar nossas consciências sobre os reais problemas sociais e possibilitar a construção de estratégias para superá-los.