Diante do segundo turno na Argentina: Detenhamos a ofensiva conservadora

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“Para nós, a pátria é a América; nosso emblema, a independência e a liberdade”- Simón Bolívar

No dia 22 de novembro, o povo argentino decidirá em um segundo turno quem será seu presidente pelos próximos quatro anos. As únicas duas opções possíveis serão Daniel Scioli, da Frente para a Vitória, e Maurício Macri, do Pro-Cambiemos. O resultado desta eleição não é indiferente para os movimentos populares da América Latina e do Caribe.

Ambos candidatos representam um giro à direita do sistema político que impactará a geopolítica continental. Desde a derrota do projeto da ALCA na Cúpula dos Povos em Mar del Plata, em 2005, o império estadunidense vem retomando seus ataques. Os golpes de Estado contra Zelaya, em Honduras, e contra Lugo, no Paraguai; o impulso à Aliança do Pacífico como eixo de contraposição à ALBA; a proliferação de bases militares e os exercícios conjuntos entre as forças armadas de quase todos os países; as tentativas de recuperar a legitimidade da OEA e reativá-la como espaço privilegiado de decisões políticas; e a pressão – diplomática, econômica, midiática – sobre os governos de esquerda e progressistas são algumas das expressões mais visíveis dessa contraofensiva estratégica.

Um eventual triunfo de Macri é celebrado de antemão por todos os analistas da direita mundial. Não é para menos. Como já tem sido anunciado, o governo de Macri se converteria em uma peça de grande valor para a ofensiva diplomática do império: implicaria o fortalecimento da direita na Venezuela, orientada à eleição do 6 de dezembro; o aumento das pressões conservadoras sobre o governo brasileiro e uma ameaça contra a aspiração do companheiro Evo Morales de triunfar no plebiscito que lhe permitirá concorrer às eleições presidenciais na Bolívia. Um possível governo de Macri participaria da condenação às ações de soberania dos governos populares e colocaria a Argentina na rota do bloco da Aliança do Pacifico.

Esse movimento está dirigido a recuperar a influência no que os EUA consideram seu quintal, com o objetivo central de frear os avanços de integração que significam a ALBA, a UNASUL e a CELAC. Desde a perspectiva da direita colonial, aproxima-se o “novo dia” da restauração conservadora, que garantirá seu domínio político e econômico em condições que não poderiam ser melhores.

Frente a esta situação, conscientes da conjuntura que vivemos, é necessário dizer que estamos diante de um momento decisivo para toda a Nossa América e que desejamos que todas as organizações e as pessoas do povo se manifestem ativamente para impedir que a opção mais reacionária aceda ao governo, encarnada em Macri neste segundo turno.

Antes, durante e depois do 22 de novembro, continuaremos lutando pelos direitos do povo, construindo unidade entre os movimentos populares da América Latina e do Caribe, e enfrentando o imperialismo em cada uma das batalhas que nos apresentam, com o compromisso assumido diante dos nossos libertadores e libertadoras de continuar a luta pela nossa definitiva independência.

Adesões a esta nota: enviar para o e-mail [email protected]

Primeiras assinaturas
Pessoais:
Carla López – CMMLK – Cuba
João Pedro Stédile – MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra –  Brasil
Joel Suarez – CMMLK – Cuba
Leonel González – CMMLK – Cuba
Llanisca Lugo – CMMLK – Cuba
Ricardo Jimenez A. – LA JUNTA – Perú
Ricardo Gebrim – Consulta Popular – Brasil

Organizações:
Brasil – MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Brasil – Via Campesina
Brasil – Consulta Popular
Brasil – Levante Popular da Juventude
Cuba – Centro Memorial Martin Luther King Jr.(CMMLK)
Venezuela – Movimento de Pobladoras e Pobladores

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