Recentemente uma parcela significativa da Consulta Popular lançou um manifesto pela refundação da organização. Com 567 assinaturas, a maioria da militância e da direção política da Consulta Popular tomou a decisão de refundar a organização através da convocação de uma Assembleia Nacional de Lutadores e Lutadoras do Povo.
Essa movimentação ocorre num contexto de crise política, social, econômica, sanitária e ambiental que assola todo o mundo e também a conjuntura brasileira, que se aprofundou após o golpe em 2016. O conjunto da esquerda tem passado por um processo de reorganização, buscando se reposicionar e ajustar as táticas necessárias para o momento político e para a construção de transformações profundas no Brasil.
A Consulta Popular impulsionou a fundação do Levante Popular da Juventude, bem como colabora cotidianamente em nossa construção, seja a partir da formação política, da elaboração compartilhada de linhas políticas e de atuação enquanto campo, até a aliança nas lutas concretas da classe trabalhadora. Se hoje somos uma organização presente em quase todos os estados brasileiros, devemos parte dessa construção à militância da Consulta Popular. Diante do cenário de ruptura e das muitas questões que surgem, viemos a público reafirmar concepções basilares do nosso movimento.
Nos afirmamos como um movimento popular de juventude que busca a massificação e que foi forjado no campo político do Projeto Popular para o Brasil, composto pela Consulta Popular, o Movimento Sem Terra, o Movimento dos Atingidos por Barragens, o Movimento dos Pequenos Agricultores, o Movimento de Mulheres Camponesas, Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos, dentre outros importantes movimentos e articulações. Reconhecemos as organizações e seu acúmulo histórico na luta da classe trabalhadora, contudo, desde nossa fundação prezamos pela autonomia do movimento no trato com o instrumento político. Possuímos a mesma estratégia, o Projeto Popular para o Brasil e a construção do Socialismo, mas o centro da decisão e aprovação de linhas do nosso movimento sempre se deram a partir do debate em nossas próprias instâncias.
Dito isso, reafirmamos que seguiremos prezando pela manutenção da nossa coesão nacional e unidade de ação, e que não permitiremos que a disputa que se instalou na Consulta Popular se desloque para o movimento. Realizamos uma reunião da Coordenação Nacional do Levante Popular da Juventude durante os dias 9 a 12 e aprovamos com unanimidade passos firmes para o próximo ano: combinaremos as formas de luta (ideológica, institucional e de massas), estaremos com Lula para derrotar o neofacismo e lançaremos nossa primeira candidatura como uma experiência nacional, Rosa Amorim, direção nacional do Levante, diretora da UNE e militante do MST, candidata a deputada estadual no estado de Pernambuco.
Os desafios para a juventude no próximo período serão inúmeros e seguiremos firmes como o movimento popular que nos construímos nos últimos 10 anos. Um movimento que possui como propósito a organização de jovens nas periferias, escolas, universidades e no campo para mudar sua própria realidade e construir um Projeto Popular para o Brasil! O movimento que escracha os inimigos do povo, que constrói solidariedade e que com muita ousadia e alegria propagandeia e anima a luta popular no Brasil!
Coordenação Nacional do Levante Popular da Juventude